23 de mar. de 2011

Composição - fundamentos para imagens

Olá amigos!

Nesse artigo falaremos sobre composição, em principal sobre as técnicas tradicionais que ajudam a construir uma imagem atraente ao olhar.

A escolha do Tema:
Em primeiro lugar escolhemos o Tema principal (ou Centro de Interesse) - é ele que atrairá imediatamente  os olhos  do espectador para seu trabalho, portanto, você deverá pensar numa forma de ressaltá-lo.
Em seguida decidimos quais os materiais utilizaremos: qual o suporte - tela, metal, madeira, papel, plástico... lápis, tinta, carvão, pastel...

Normalmente só se usa um Centro de Interesse, se houver mais que um e ele estiver disperso no quadro o trabalho poderá ficar confuso.

O que é composição?
Uma imagem é formada pelos elementos individuais que a compõe, por mais que esses elementos estejam bem resolvidos, se estiverem mal distribuídos afetarão o conjunto da obra e o interesse do espectador; uma boa composição necessita de cuidado e atenção na escolha e distribuição dos elementos para que haja harmonia entre as partes.

Em resumo: composição é a forma como arranjamos e organizamos os elementos que farão parte de uma imagem dentro do espaço do suporte, da melhor  forma possível, ou seja, é como o artista dispõe as formas positivas e os espaços negativos dentro de um  certo formato.

Positivo e negativo
Toda imagem possui um espaço positivo e um espaço negativo, geralmente o espaço positivo é o tema,  e o espaço negativo é o fundo do trabalho. O ideal é que o espaço positivo ocupe a maior área do trabalho, essa é uma boa opção para uma composição forte.


Com o passar do tempo e exercitando o olhar você poderá romper com as técnicas e tentar ousar.

Como obter uma imagem interessante?
Existem algumas regras que podem ajudar na hora de fazer um trabalho artístico. São elas:

1. Encontrar um Centro de Interesse na imagem -
Depois de decidir o que você quer retratar,  deve escolher qual ou quais serão os elementos de destaque no seu quadro.
Claro e Escuro:  Nas pinturas tradicionais geralmente o foco de atração é mais claro  do que o que está ao redor. Isso porque os olhos da gente são automaticamente levados a ver o mais claro , como se fosse uma luz acesa no quadro, desenho ou fotografia.

2. O arranjo dos elementos -
a) Situe a linha do ângulo de visão bem acima do centro do quadro, distribua os motivos em várias distâncias dessa linha;
b) Evite enfileirar os objetos na linha dos olhos, isso torna a composição monótona, traga os motivos para a frente, interrompa a linha, dê mais unidade também, ao sobrepor os elementos;
c) Varie a escala, isso dá profundidade ao quadro;
d) Dê unidade ao trabalho, deixe os motivos bem relacionados entre si, não permita que eles fiquem "perdidos" na cena;
e) Ao representação de texturas e padronagens diferentes deixam a abordagem visual mais instigante;
f) Tome cuidado para não dirigir os olhos do espectador para fora de seu trabalho!!! Algumas linhas mal colocadas causam esse efeito negativo.

Movimento:
Crie contraste entre os elementos estáticos e os não estejam parados.
Equilíbrio:
Estabeleça oposição entre o que está próximo e o que está distante, dê profundidade e varie os tamanhos reais dos objetos isso evita a monotonia.
Formas:
Invista em formatos diferentes para que o quadro leve os olhos a se movimentarem por ele.
Texturas:
Você pode representar numa cena objetos de texturas distintas - liso (vidro, metal polido, água parada), rugoso (esponja, madeira, pedras), ondulações (mar, cabelos), etc...

3. Janela ou visor para ajudar no enquadramento da cena e Regra dos Terços -
Para facilitar ao artista visualizar o que vai retratar podemos lançar mão de um visor feito com os próprios dedos ao formarmos um retângulo com eles, ou da sugestão no desenho abaixo:

Faça você mesmo sua janela ou visor:


Você percebeu que eu sugeri que você desenhasse uma grade com duas linhas verticais e duas horizontais? Pois isso que aí está é uma forma de Regra dos Terços aplicada ao visor. Desse modo você pode observar sua composição e posicioná-la da melhor maneira, para depois desenhá-la e/ou pintá-la. 

O Centro de Interesse do quadro deverá situar-se num dos lados do quadro, próximo dos pontos de intersecção onde as linhas cruzam. O centro deve ser evitado por ser um local que chama menos a atenção, porém se a intenção for fazer um trabalho simétrico seu Centro de Interesse será posto no meio do quadro, nas laterais cuidado para que os objetos não fiquem mais chamativos que o tema. 






*** A Regra dos Terços é usada desde a Renascença e é muito importante que qualquer artista a conheça.


*** Se você gostar de cálculos pode pesquisar sobre Razão Áurea e usá-la em suas composições.

4.  Tonalidade e ilusão de profundidade;
A tonalidade dará a luz e a sombra de toda a obra, ou seja, ela designará as partes claras e as escuras, independentemente das áreas de luz e sombra de cada motivo. Antes de partirmos para o trabalho final é sempre útil praticarmos o esboço, pois esboços são ótimos para termos uma idéia mais certa daquilo que queremos fazer. Neles podemos estabelecer os tons que farão parte do nosso trabalho. Quanto menos tons, normalmente melhor é o resultado.
Substitua cada cor por um cinza do mesmo tom, quanto mais clara estão perto do branco, conforme escurecem ficam mais próximas do preto. Veja a tabela abaixo, ela é composta por dez tons do branco ao preto:

Depois de decidir os tons necessários faça o esboço daquele que será seu trabalho final, até fique tudo do seu agrado. Dificilmente emprega-se mais de 5 tons.

5. Usar linhas para formar uma composição;
Formas fundamentais para compor uma imagem:
O desenho abaixo mostra vários formatos e cada um possui um significado na hora de desenvolver seu trabalho.
Creative Illustration - Loomis, Andrew
http://www.figuredrawing.ca/1026/creative-illustration-eye-level/

Pictorial Composition and the Critical Judgment of Pictures - Poore, Henry R.
http://wdjoyner.org/photography/public-domain/books/poore-pictorial-composition
As  definições das imagens a seguir estão baseadas nos desenhos acima, retirados do livro: Pictorial Composition and the Critical Judgment of Pictures - Poore, Henry R.

A Balança: 

A Balança significa o equilíbrio entre as formas, a simetria, a disposição do peso que é dividido de modo parecido entre os dois lados do quadro, que é dividido ao meio por uma linha imaginária. Foi bastante utilizada na Classicismo.

A Anunciação - Martini, Simone  

A Anunciação - Martini, Simone; Repare como o artista divide os objetos de modo parecido nos dois lados do quadro...  isso é conhecido por simetria, foi muito usado no Renascimento e confere equilíbrio à obra.
O Martírio de S. Sebastião - Polluaiolo, Simone; nesse quadro além da divisão balanceda dos elementos temos uma composição triangular.
O Triângulo:





O triângulo é o símbolo da estabilidade física, clímax

A Journey's Pause in the Roman Campagna - McEntee, Jervis 
A Journey's Pause in the Roman Campagna - McEntee, Jervis composição triangular
Maria de Medici - Allori, Alessandro 
Maria de Medici - Allori, Alessandro composição triangular
The white hat - Greuze, Jean-Baptiste composição triangular

O Círculo:






O Círculo significa continuidade, observação circular.
Boy in red waistcoat - Greuze, Jean-Baptiste
Boy in red waistcoat - Greuze, Jean-Baptiste composição elíptica
Readers - Rauox, Jean

Readers - Rauox, Jean; composição circular

Vênus e Cupido - Allori, Alessandro composição elíptica
A Cruz:
A Cruz é a resistência mecânica, princípios estéticos, coesão.                                                                                                                                                                                                                          
                                                                                                                                                              
Vênus e Cupido - Bail, Joseph

Vênus e Cupido - Bail, Joseph

A pesca do atum (detalhe) - Sorolla, Joaquin y Bastida


Auto-retrato - Sorolla, Joaquin y Bastida

A Estrela:
A Estrela tanto pode demonstrar concentração quando os elementos voltam-se para o centro do trabalho, quanto pode significar radiação quando eles vão do centro par fora, principado.
Apolo e Dafne - Polluaoilo, Antonio
Apolo e Dafne - Polluaoilo, Antonio
 as linhas vão do centro da imagem para fora
Salammbo - Mucha, Alfons

A Curva em S:







O S ou é a linha da graça e do movimento, variedade.
A Banhista de Valpinçon - Ingres, Jean-Auguste Dominique

A Banhista de Valpinçon - Ingres, Jean-Auguste Dominique

Paisagem Outonal - McEntee, Jervis

Paisagem Outonal - McEntee, Jervis

High Point Shandaken Mountains Durand, Asher B.
O Retângulo:








O Retângulo representa a oposição e a equivalência.

The Trek of Pilgrim Throught the Wilderness  - Church, Frederic Edwin

The Trek of Pilgrim Throught the Wilderness  - Church, Frederic Edwin

Twilight, a Stroll by the Shore - McEntee, Jervis

A Curva em U:


Tempestade nas Montanhas Rochosas - Bierstadt, Albert
Tempestade nas Montanhas Rochosas - Bierstadt, Albert
Se você souber quem é o autor dessa obra escreva-me e eu darei os créditos.
6. Formas geométricas e desenho na composição - 

https://picasaweb.google.com/ju.g.martini/CreativeIllutration?feat=directlink
Na composição, o uso da organização geométrica dos motivos é tão importante quanto as figuras simples isoladas pois podemos substituir os elementos reais por elas e assim obteremos o melhor posicionamento para nossa composição com o emprego de poucas linhas.

7 de mar. de 2011

Teoria das Cores

Lembra das aulas de Artes da escola? Então, vamos recordar um pouquinho...

Círculos Cromáticos: escala de brancos, saturado e escala de pretos



O que é Cor?
A luz branca possui todas as cores menos o preto. Quando uma luz branca (como a do sol) atinge um objeto ele absorve algumas cores e reflete outras; essas cores refletidas  são interpretadas pelo nosso cérebro que as identifica como cor, ou seja, o que temos é uma sensação  visual quando nossos olhos são estimulados por uma fonte de energia radiante.
Toda cor tem Matiz, Intensidade e Tom.

Matiz:
Diferentes tons por que passa uma mesma cor como por exemplo o azul celeste, azul marinho, azul da prússia...

Intensidade:
É o brilho da cor, se ela é vívida e saturada - como o amarelo e vermelho, ou se ela é amena ou pastel como o violeta ou rosa.

Tom:
É a maior ou menor quantidade de luz presente numa cor.

Escala Tonal:
Usando o Branco e o Preto podemos clarear ou escurecer qualquer cor, ou seja, fazemos um degradê .

Escala Tonal Amarela

Escala Tonal Azul

Escala Tonal Rosa



Círculo Cromático:
Contém todas as cores menos o Preto e o Branco; não é um instrumento científico, pois as cores mostradas não são puras, e servem apenas como referencial. Podemos usar qualquer material para fazer o Círculo Cromático: lápis de cor, aquarela, acrílica, pastel ou óleo.
Formam o Círculo Cromático:
Círculo Cromático

Cores Primárias: (não podem ser obtidas a partir das outras)
* Vermelho Magenta;
* Azul Ciano;
* Amarelo Primário.

Primárias (CMY)


Obs.: Só com o MAGENTA conseguimos as cores secundárias, outros vermelhos não formam o Violeta e sim marrons.



Cores Secundárias:  (mistura de duas das cores primárias em quantidades iguais)
*Vermelho Magenta com Azul Ciano = Violeta
*Vermelho Magenta com Amarelo Primário = Laranja
*Amarelo Primário com Azul Ciano = Verde

Primárias e Secundárias

A mistura do vermelho comum com o azul dá um tom amarronzado,
 enquanto que o vermelho magenta com o azul  é um violeta.

Cores Complementares:
No Círculo Cromático, são as cores que estão opostas. Sempre uma Secundária é complementar de uma Primária - amarelo com violeta, azul com laranja, vermelho com verde.
Complementares


Cores Terciárias:  (mistura de uma Primária e uma Secundária )
Obtém-se matizes de azul, vermelho, amarelo, violeta, laranja e verde.


Primárias, Secundárias e Terciárias



Cores Análogas:
São aquelas que estão lado a lado no Círculo Cromático, são formadas pela mesma cor de base - verde amarelado, verde, verde azulado...
Análogas



Temperatura:
As cores podem parecer Quentes ou Frias. Quando dividimos o Círculo Cromático ao meio com uma linha vertical cortando o amarelo e o violeta, notamos que os laranjas e os vermelhos são cores vibrantes e quentes e que os azuis e verdes do outro lado são frios e calmos.

The Milkmaid -Sorolla, Joaquin  y B.
http://www.joaquin-sorolla-y-bastida.org/
The-Milkmaid.html
Cores Quentes e Frias


La Niña Curiosa -Sorolla, Joaquin y Bastida
http://www.joaquin-sorolla-y-bastida.org/La-nina-curiosa-(The-Inquisitive-Child).html

Cores Neutras:
São as que puxam para os Cinzas e Marrons, como - amarelo acinzentado, laranja e violeta amarronzados. Podemos criá-las misturando as três Primárias ou qualquer par de complementares; ou também misturando uma cor com outra próxima da sua complementar.

Cores Neutras